Controle biológico de pragas evita uso de agrotóxico e ganha espaço na Agrishow
Um ácaro predador, de tamanho microscópico, é multiplicado em laboratório. Milhares dessas espécies são vendidas ao produtor rural, que irá espalhá-las pelo campo.

Lá, esses bichinhos irão comer os ovos de um primo seu, o ácaro rajado, uma verdadeira praga que devasta insumos como laranja, morango e tomate. Esse é um exemplo de controle biológico, uma forma de proteger a plantação sem o uso de agrotóxicos, que terá espaço na Agrishow de Ribeirão Preto.
"É a natureza controlando a natureza", compara Antonio Batista Filho, pesquisador e diretor da Apta (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios). Entre as vantagens desse método, na avaliação do especialista, estão a proteção à biodiversidade, o baixo custo e a segurança do trabalhador rural.
Técnicas como a descrita acima serão demonstradas durante a Agrishow pelo Instituto Biológico, que há quase 20 anos desenvolve pesquisas nessa área.
Nas apresentações, os visitantes poderão ver de perto insetos parasitoides, ácaros, fungos e vermes e como eles agem nos organismos que prejudicam os cultivos, além de entender a quantidade exata a ser aplicada em cada tipo e tamanho de lavoura.
Em larga escala, o controle biológico é aplicado em culturas como a cana-de-açúcar, tratada com um tipo de fungo que previne a cigarrinha, e a soja, com um vírus que ataca a lagarta.
Segundo Harumi Hojo, pesquisadora do Instituto Biológico, além dos benefícios ao ambiente e, é claro, para o consumidor, o uso de técnicas biológicas pode reduzir em até 100% o uso de defensivos agrícolas.