Embrapa Rondônia desenvolve indutor de ovulação para bovinos que aumenta taxa de prenhez em 9%
A Embrapa Rondônia depositou pedido de patente para o Promov, novo indutor de ovulação que superou o desempenho de produtos convencionais na reprodução de bovinos. Em testes, o insumo aumentou em 9% o número de vacas prenhas em comparação ao grupo tratado com métodos tradicionais, ambos submetidos à técnica de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF).
O Promov combina, em uma única dose aplicada por injeção intramuscular, dois hormônios já amplamente utilizados na pecuária: a prostaglandina e o hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH). O GnRH melhora a sincronização da ovulação, enquanto a prostaglandina, aplicada dias antes, reduz os níveis de progesterona, hormônio que inibe ovulação e fecundação. No novo protocolo, além do uso convencional prévio, a prostaglandina foi incluída na própria formulação para atuar como adjuvante no momento da indução da ovulação.
"O inédito foi reunir dois princípios ativos conhecidos em um único fármaco, aplicados simultaneamente e da mesma forma que o GnRH", explica o pesquisador Luiz Francisco Pfeifer, coordenador do desenvolvimento. Após definir a fórmula capaz de gerar sinergia entre os hormônios, foram realizados 12 experimentos em mais de 1,5 mil vacas para entender o mecanismo de ação e avaliar a fertilidade.
Nos resultados, o grupo-controle, tratado com GnRH e IATF convencional, apresentou 56% de prenhez, enquanto o grupo que recebeu o Promov atingiu 62%. "É um ganho expressivo para sistemas de cria que utilizam a IATF como principal estratégia reprodutiva", destaca Pfeifer.
A Embrapa agora busca parceiros privados para licenciar e concluir o desenvolvimento do produto.